"Sou andarilho que caminha pelo mundo sem parar..."
Cá estou eu cantando esta música pela quarta vez desde que voltei pra Ipu.
Explicando: é que, talvez, novamente, mudarei o domicílio.
Pela quarta vez em dois anos!!!
Pela quarta vez em dois anos!!!
Porquê???
Tenho cá meus motivos:
A primeira casa foi de mamãe. Uma casa que vivia fechada, só sendo utilizada nas férias, vez em nunca. Então, quando cheguei nem pensei duas vezes e reabri o casarão da família, afim de economizar com aluguel. Sem cogitar os detalhes, que eram: mofo, cupim, umidade...
O resultado foi que em uma semana o Gustavo caiu numa crise de infecção respiratória que corri pra Fortaleza pra 'resolver o estrago'.
Dias depois, voltei sem ele pra Ipu com o intuito de alugar urgente uma casa.
O resultado foi que em uma semana o Gustavo caiu numa crise de infecção respiratória que corri pra Fortaleza pra 'resolver o estrago'.
Dias depois, voltei sem ele pra Ipu com o intuito de alugar urgente uma casa.
Encontrei um apartamento enorme, de frente pra bica, uma vista linda e um preço razoável.
Quando estava mudando 'trocentas' pessoas vinheram me alertar sobre a proprietária, mas, fiz 'ouvido de mercador' e não dei a menor trela.
Quando estava mudando 'trocentas' pessoas vinheram me alertar sobre a proprietária, mas, fiz 'ouvido de mercador' e não dei a menor trela.
Pensava:
-Coitada, nem deve ser tanto assim.O povo gosta de falar mesmo!
Mas, esqueci de me perguntar porquê nenhum inquilino durava no imóvel. E porquê um apartamento tão bom estava sendo alugado tão barato.
"Esquecendo" estes detalhes resolvi apostar pra ver.
Foi um inferno! O meu inferno, melhor dizendo.
A mulher era doida de pedra e morava na casa embaixo do apartamento.
Vez em quando eu chegava do trabalho e ela estava infurnada dentro da 'minha casa'. Logo eu que adoro visita fora de hora e sem convite!
Vez em quando eu chegava do trabalho e ela estava infurnada dentro da 'minha casa'. Logo eu que adoro visita fora de hora e sem convite!
Pra completar, todo dia, ao meio dia, mais precisamente, o filho dela dava um ataque e proferia inúmeros palavrões à mãe, enquanto batia incansavelmente o portão do quintal da casa deles, abaixo de mim. Não raro, encontrava a Zuis (Babá do Gustavo), escondida espiando a cena de novela e bolando de rir.
Graças à Deus que ele acertava o horário que meu filho dormia e ele, meu filhote, ficava incólume a este espetáculo da vida cão!
Bom, tinha ainda um pequeno detalhe que era o relógio da água ser comum pras duas casa e eu 'desconfiava' que ela se aproveitava da minha nobreza.
Com eu desconfiava?
Simples!
Minha conta nunca deu menos de cem reais em oito meses que morei lá. Quando ia falar, ela jurava de pés juntos que tinha um motor e tals, mas nunca abria a porta quando o pessoal da cagece aparecia pra individualizar os relógios.
Antes de enlouquecer decidi mudar.
O que fiz de madrugada, com medo, e no outro dia apareci com a chave pra devolver.
Foi um sufoco e precisei de testemunhas, porquê ela não queria aceitar minha saída, que precisava do dinheiro, etc, etc.
Alouca!
Apressada em sair do hospício aluguei uma casa excelente, mas quase o dobro do apartamento. Amo minha casinha, é aconchegante, é grande, é arejada e o melhor é que só vejo o locatário uma vez pro mês quando vou pagar o aluguel.
Fizemos um acordo velado: ele não me perturba e nem eu a ele. Tem um vazamento, eu conserto, e só o comunico, nem peço desconto no valor do aluguel. Faço como um pagamento ao fundo beneficiário da minha paz!
Então porquê eu mudaria?
O fato é que meu pai insiste em me levar pra morar perto dele e de tanto tentar, conseguiu um lugar pela metade do valor da minha casa e pertinho do colégio do Gu.
Por estes motivos me rendi e agora estou quase afogada em caixas, empacotando tudo devagar, pois o novo dono pediu dez dias pra ajeitar umas coisas pequenas.
Espero que neste novo lar eu seja tão feliz quanto sou aqui nesta casa!