quarta-feira, 25 de julho de 2007

prosopopéia flácida para acalentar bovinos*

Encontrei uma amiga anteontem em um sushi-bar...
Me contou que recebera o telefonema de um antigo namorado, um que mora distante e que por mais que ela lute contra, terá sempre um bom motivo para ter contato com o sujeito em questão...
Ele lhe dizia: amarei-a eternamente, mas sou comprometido. Meu amor por você é sublime, indestrutível. Ela sorria, ao mesmo tempo em que balançava a cabeça e pensava: também amo a Jesus do mesmo modo, seu FDP.
Então, de repente, ela se rebelou. Suavemente, como pedia a circunstância, vale ressaltar. Disse a ele que agradecia amor tão sublime,ficava até agradecida de tão verdadeiro amor... mas que preferia algo mais pé-no-chão, pele na pele, algo que envolvesse suor, esforço, o sangue da existência.
Ele parecia não ouvir, pois repetia incansavelmente a ladainha que ela vem escutando há anos... Era tão ridiculamente comediante que queria continuar intocável, etéreo, ideal.
Ela agradeceu a conversa pra boi dormir* e desligou o telefone, esperando que fosse para sempre...
Mas, não antes de odiar as operadoras que criaram o sistema de chamadas não identificadas...

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