Para me divertir eu poderia inventar muitos fatos e histórias, inventar é fácil e não me falta a capacidade.
Mas não quero usar esse dom que eu desprezo, pois "sentir" é mais inalcançável e ao mesmo tempo mais arriscado.
Sentindo-se pode-se cair num abismo mortal.
O que procuro?
Procuro o deslumbramento.
O deslumbramento que eu só conseguirei através da abstração total de mim.
Eu quero não a idéia e sim o nervo do sonho que resulta na única realidade onde posso encontrar uma verdade.
É como se eu tivesse inventado a vida - e - fiat lux.
Mas o deslumbramento que eu tenho dura o espaço instantâneo de uma visão e eis-me de novo no escuro.
Como posso subir, senão aceitando minha miséria humana.
(Clarisse Linspector)
Clarice leu mais uma vez o livro de *Clarice e encontrou frases que calçavam como luva... Esperando o almoço e a companhia, de frente para o mar, ela se permitiu lembrar, coisa que haviam-se prometido não fazer no momento da, talvez ,última despedida...
Lembrou, sorriu e despediu-se para sempre no momento em que a mão firme do seu companheiro tocou suavemente seu ombro.
De volta à realidade...Pensou Clarice...
Nenhum comentário:
Postar um comentário