domingo, 29 de abril de 2012

Preguiça sentimental

Não sei ao certo dizer o nome deste sentimento. Não é tristeza, não é solidão, sequer é saudade.
Não é nada. Não é vazio, não é remorso.
É como se fosse uma tristeza pelas voltas por cima, uma chateação pelos recomeços, uma preguiça sentimental de tocar o barco.
Só não queria sair desta praia, desta areinha branca, que mesmo 'espinhosa' é tão conhecida e tão fácil de ficar.
É uma preguiça pelas novas mensagens, pelas novas saídas, pelos novos olhares.
Preguiça sentimental. Tenho pra dar e vender.
É um sono. É propofol injetado dentro do coração.
Queria dormir. Minha depressão me deixa cansada.
Cansada de tentar achar uma saída. 
É um abraço sem sentimento, é um cheiro que não contagia. É um sorriso falso. 
É uma preguiça de falar.
É pizza comida fria e sem vontade. É leite gelado.
É oferecer o pouco que se tem pela rede no quarto.
É ir embora. É mentir fortaleza. É contar de forma leve o avassalador.
É gostar do telefonema na madrugada. É lembrar da fase ruim e ter certeza que não quer uma volta.
Nem ir nem voltar. Ficar. No canto, quietinha. Deixem-me aqui.
Três dias de sossego em casa.


Nenhum comentário: