sábado, 17 de janeiro de 2009


Quem hoje vê esta cútis 'de leide', é bom que saiba que já fui adolescente e sonhadora! E já tive meus primeiros amores, minhas primeiras paixões...

Pois hoje revelo que quem primeiro despertou algo diferente em mim foi o super-homem. Paixão bem infantil, claro, mas me lembro de suspirar em frente a TV quando passavam seus filmes.

Ouvia minha mãe gritar do quarto: "Desliga essa televisão e vai dormir menina, que amanhã tem aula". Mal sabia ela que ali em frente à tela sua voz era distante e meus olhos brilhavam de admiração por aquele ser tão perfeito! Nesta época imperava o sonho, a querência e a saudade deste amor platônico...

Quase sempre nestes casos tem-se rival, eu as tinha aos milhares: todas as meninas, moças e mulheres da época compartilhavam a mesma admiração pelo Christopher Reeve...

Graças à Deus o esqueci e vi que um homem de carne e osso e menos famoso daria menos trabalho(doce ilusão...).

Hoje compreendo que amar é bom, que o amor é doce e nos revigora.


Tão bom agora poder dizer-me apaixonada e não pensar nos problemas do amor que sempre existirão... Quando eles aparecem resolvemos de uma forma mais tranquila, palavras não nos faltam e compreensão também. Maturidade.

Legal nesse meu presente é saber que estou viva, que terei sempre meus amores para recordar (os fictícios e os de carne e osso), as fotografias estão aí para comprovar. E do passado não é fácil livrar-se apenas por querer.

Convivo placidamente com as diferentes camadas de água em mim, em cima sou límpida, águas calmas mas, profundas que carregam no fundo uma camada de lodo feita de promessas não cumpridas, de certezas mentirosas de que tudo ia melhorar, testemunhos e testamentos de amor, que prefiro que fique por lá...
Deixai-me quieta, pois jogar uma pedra em águas assim, faz o lodo vir à superfície.

Se soubéssemos o futuro, nada prometeríamos, sob pena de sermos nós, os prometedores, os que mais sofreremos ao quebrar as regras.

Nenhuma promessa é capaz de manter o amor, este quando acaba não sustenta nem os mais lindos confeitos dos bolos de casamento cortados à dois...

É por isto que vivo intensamente o presente e deixo estagnada toda a mágoa acumulada dos amores que não deram certo. E na casa onde meu rancor faz morada, só quem conhece os recantos sou eu...

Escrever sobre isto é uma forma de catarse literária. Escrevo para lembrar, ou para esquecer...

Ou para fincar meus pés na história mansa que hoje estou.

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