sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Amanhã vai ser outro dia!!!

Se no Natal sofro de um sentimento nostálgico incômodo, seis dias depois, na festa de reveillon, esta questão muda radicalmente!
Simplesmente AMO a festa de Ano Novo. Não importa onde esteja, eu sempre faço meus votos de melhora, sempre agradeço olhando pro céu, sempre peço, sempre rezo e sempre derramo umas lágrimas escondidas.
Me fascinam os fogos, a crença das pessoas, os rituais.

Mesmo com tantas pessoas me lembrando que é só uma data, que é só uma noite como outra qualquer...

Bolas, eu sei!
Mas, dah licença, deixa eu sonhar nem que seja uma noite.
Deixa eu pensar que amanhã será mesmo outro dia, que os inimigos se abraçarão, que as guerras e as drogas se evaporarão, que sobrarão empregos e sorrisos. Estas coisas bem bobocas que é bom de pensar a cada ano.

Adoro também o dia primeiro  de janeiro com todo mundo com 'aquela cara' de esperança. Aquela sensação que só vai se esmiuçando por volta do meio do mês, quando comprovamos, incrédulos, que nossos algozes continuam lá e que continuamos também, um pouco, ou muito, algozes de alguém.

Bom, só a sensação de renovação me basta!

Dia desses soltei um grito pela casa:

- 2011 será um ano de vitórias!

Ao que a babá do Gustavo (que já se tornou membro da família) retrucou:

-Você falou isso também ano passado, D. Paula.

-Ai foi? kkkkkkkkkkkkkk...

Não, eu não canso de sonhar!!
2011 será com certeza um ano de uma guinada espetacular na minha vida! Eu creio, eu sei e espero. E que seja na sua também!!!
Um ano Novo de muita paz para meus leitores, os anônimos também!




PS- E para uma pessoa que está meio down este fim de ano: Sua presença no mundo, com inteligência, perseverança e perspicácia, por si só é um acontecimento louvável! Confio em cada pedaço das suas virtudes, os defeitos eu apago-os todos, eles se subpõem em relação às qualidades!! Um 2011 abençoado pra você!!!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Sobre vícios

Era noite, era inverno, estava frio.
Ela caminhava olhando para o salto com receio de estragá-lo em uma poça de lama. De repente alguém cruzou o seu caminho e era um vulto familiar, com cheiro inebriante (ao menos pra ela).
E era ele!
A esta altura do campeonato desde que ele havia a deixado, ela tinha ido em três cartomantes, fumado cinco carteiras de cigarro por dia (pouco? Mas ela não fuma!), ingerido cinco caixas de BIS escuro e feito promessa pros santos existentes no calendário.
Ela não sabia agora se era devido aos pedidos ou às barganhas com as divindades, mas era ele ali na sua frente e isso por si só era um presente Divino.

 Ele tinha este poder estarrecedor sobre ela. A fazia ter náuseas, a esquecer de respirar, a chupar a barriga até quase encostar na espinha, a ser ela mesma, falando besteira, sorrindo pro vento.

Era ele sim e ponto final. Ele  dispensava as explicações. Qualquer explicação ficaria aquém das sensações que conseguia provocar nela, desde dor até pigarro.
E ela queria sorver cada detalhe. Queria embriagar-se de cada mínimo detalhe que compunham o todo. Queria sentir, cheirar, respirar até esgotar tudo o que tinha dentro, toda a vida de sentimentos.
Esgotar, ver, justificar, desejar... Todos os verbos e advérbios nominais cabiam nas sensações, nas mãos entrelaçadas, nos lábios encostados, nos fluidos trocados .
Era bem mais que vontade, era bem mais que amor. 
Era uma sorte, era uma safra de morangos suculentos (se precisasse comparar).
Era tudo junto, era misturado. Era riso, era chôro, era alegria e era dor.

Era e seria quantas vezes mais fosse preciso.

Depois de tudo a sensação de embriaguez, a sensação do mundo girar ao redor. Como se os processos divinos/ meteorológicos/ materiais fossem comungados diante de cada arroubo de felicidade destinado à ela, unica e exclusivamente.

Saiu de lá e foi pra uma clínica de reabilitação:
-Em que posso ajudar? - Indagou a recepcionista.
-Aqui ajudam a desintoxicar de um vício?- Ela perguntou envergonhada.
-Sim, mas a pessoa tem que querer, se não o tratamento não funciona.

Ela bateu os pés em debandada e antes de chegar à porta deu novamente meia volta.
 Dizem que morreu assim, coitada, sem saber se queria ou não livrar-se do vício de tê-lo.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Paradoxo

Quando acontecem coisas muito boas comigo, daquelas que parece mágica de tão perfeitas, eu guardo num cantinho da memória bem escondido.
Mesmo com um sorriso nos lábios prefiro não comentar e nem lembrar dos detalhes. Como uma forma de guardar. Como se eu quisesse evitar o desgaste da sensação.
Assim guardadinho, o momento, fico sorvendo detalhes pequenos durante o tempo seguinte. Como se durante os próximos meses, estas pequenas lembranças fossem, e são, suficientes pra envolver minha vida de um sabor que só 'os ricos e medicados' (créditos: Tati Bernardi) podem sentir.



Já com as dificuldades faço diferente, falo, remexo, trago à tona. Como uma forma de encontrar uma saída.
Sou capaz até de dividir com o pessoal da fila na padaria (exagero!rs).
Engulo a vergonha que só os dissabores nos dão (pelo menos pra mim) e saio dividindo angústias. Dizem que ajuda, e ajuda mesmo! Consigo até ver de forma mais clara. Quem está fora não vê melhor? Sendo assim não dispenso o usufruto da situação. 


 Neste dezembro estranho, estou num paradoxo de sensações. Minha alma se divide entre agradecer as sensações divinas (presente dos céus) e chafurdar na dor pelos acontecimentos da 'Torre'.
É como se eu estivesse afogada, em um mar de angústia e maus presságios, e em segundos uma mão emergisse meu nariz pra respirar.


Já diziam os velhos sábios das mesas de Poker: sorte no jogo azar no amor, ou seria o contrário?
Mas, se for pra escolher que seja assim: Só um mesinho basta!

domingo, 12 de dezembro de 2010

“A vida não tece apenas uma teia de perdas mas nos proporciona uma sucessão de ganhos.
O equilíbrio da balança depende muito do que soubermos e quisermos enxergar.” 

                                                          LYA LUFT

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Abstração

É fácil abstrair:


Um Lexotan 6mg;
Um pacote de BIS;
Uma massagem nos pés e outra na alma;
Um Ocadil;
Telefone desligado;
Um pote de doce de leite com Ameixa;
Um café extra-forte;
Rir com o filho;
Meia hora no chuveiro;
Acender uma vela de sete dias pra cada Santo que há (sem esquecer os que estão em processo de canonização);
Fazer promessa pra Sta. Terezinha...


Tenho convicção que saio ilesa deste dezembro cheio de surpresas sem-graça!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Então é Natal...

Há o Natal... Sempre adorei o Natal, mas como falei no outro post, este ano ficarei trabalhando. Fiz questão de estar 'sozinha', por mais que esteja rodeada de pessoas que eu amo: meus colegas de trabalho.

 No passado meu natal sempre foi mágico! Minha mãe vestia sempre um vestido novo, de princesa, em mim. Ia uma mulher fazer meu cabelo e o dela (que me fazia sentir a menina mais linda do mundo, pelo menos era o que meu pai dizia.rs) e a partir das 20:00 chegavam os parentes e aderentes!
Uma maravilha!
Natal de fartura o da minha infância! O pisca-pisca de luzes enormes ficava em uma roseira no jardim. Na sala ficava a árvore com as bolinhas traiçoeiras, daquelas de vidro, bem diferente do que se tem hoje em dia, um perigo pra criançada, chegar perto dela equivalia a um grito desesperado de um adulto (pq adulto pensa que toda criança é  retardada?Será que eles pensavam que iriamos abraçar a árvore, ou jogar as lâmpadas nos convidados? dããã...). A mesa era um negócio do outro mundo, minha mãe fazia questão de fazer tudo em casa, e confesso que até hoje não vi um sabor tão especial quanto o da comida dela na época do Natal. Do meu lado, eu tentava ao máximo ficar acordada até a missa do Galo, em vão, nunca matei minha curiosidade de saber se tinha um galo apresentando-a. Meus irmãos contavam histórias mirabolantes no dia seguinte e por mais que eu desconfiasse que eles mentiam, só poderia tentar confirmar no ano seguinte. 
Foram mais ou menos uns doze anos de felicidade, até meu avô paterno falecer e começarem as discussões sobre herança (uma lástima quando envolve muito dinheiro) e o Natal que era na minha casa, passou a ser na casa de algum tio ou primo, com menos da metade das pessoas do passado.
Depois todo mundo foi crescendo e o Natal passou a ser na casa de namorados, namoradas(dos meus irmãos), amigos...Teve natal que eu passei em oito casas diferentes. 

Talvez nunca mais tenha aquela sensação da infância, de felicidade suprema. Pra falar a verdade me embrulha o estômago ouvir a Simone cantando: 'então é natal e o que vc fez?'...

Com os dissabores, muita gente, como minha mãe, ficou desgostosa do Natal, e eu passei a sessão nostalgica mais traumatizante da minha existência (pelo segundo ano consecutivo, pelo menos). Até a árvore de Natal que ano passado enfeitou minha casa em Ipu, este ano dei de presente à minha manicure.